terça-feira, 19 de abril de 2011

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"Tomei o último gole daquela garrafa, meu olhar pesou. Aquelas pessoas não eram mais importante pra mim do que o silêncio. Saí em disparada e não me despedi, pensei ter ouvido alguém gritar o meu nome, pensei, mas acho que não ouvi. Entrei naquele carro com tanta vontade, esqueci do cinto, peguei a estrada mais longa, eram dois quadros verdes em rápida movimentação nas minhas janelas, linhas retas contornavam o infinito à minha frente.
Enquanto houvesse gasolina, cigarro e solidão, meus pés pesariam e empurrariam minha vida à diante. O som era feio, de rádio, e isso encantava mais ainda Thirteen da banda Big Star, lembrei da minha mãe, de uma paixão desimportante e me senti longe demais pra voltar pra casa.
Em  1968, eu não tinha pra onde voltar".

Eu sou assim quando escuto essa música.
Talvez lembranças de uma outra vida.



Em Partir

Tu, eles e todos juntos unidos no bandidismo visceral de cortar com palavras, me roubando qualquer dito de defesa. 

É ilegal, irresponsável ou estratégico?

Fiquei pensando no olhar que modifica, que atrai, que estranha, que repele, e aquele que se desdobra em entender. Chorei, minha tristeza foi revelada sem nenhum obstáculo, mostrei-me fraco frente as portas se abrindo, estraçalhando meu peito com luz. Fui de um fácil entender, e entendi o afetuoso toque do cafuné, o olhar que parecia sobrevoar meu pensamento, numa calma silenciosa e ao mesmo tempo ensurdecedora de tanto que me gritava. 
Não era as palavras não ditas, arquitetadas ou cuspidas da boca.  Era minha vontade de sumir, que se realizava no repousar de minhas pálpebras.